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segunda-feira, 1 de junho de 2015

Lânguido


Lânguido


Há dias e a dias em minha vida;
Há vida e a dias sem vida em minha existência; 
Há dor e há amor contido em meu ser;

Por todos esses caminhos que trilhei, esse que resolvi seguir foi o que menos me orgulhei – não se deve sair a esmo, pois se você se perde não se acha nunca mais.

Bússolas já não me servem;
Faróis para me guiar por entre minhas tempestades também não – Só me restou um pequeno espelho para que eu possa perceber que cada dia a mais, me vejo menos.

Há dias de luta, a dias que não quero mais lutar e fico tentado a partilhar com a derrota minha vida sem glórias, sem motivos para sonhar.

Sei que já disse isso antes, mas: tentar, tentar, tentar. Desistir. Voltar a tentar.     


Marcos Martins.

***

OBS.: as frases que deveriam ser escritas com “há”, para indicar o sentido de existência ou passagem de tempo as escrevi, propositalmente, apenas com um “a”, para indicar a total falta de perspectiva que está contida na poesia. Utilizei a licença poética para atropelar a gramática (que os gramáticos possam me perdoar um dia e que os linguistas possam me abençoar).

O final da poesia termina com uma ponta de esperança, já que no poema o ser poético sente, por menos que seja, amor. Isso pode ser encarado como uma contradição, mas o que é a vida senão uma grande concha contraditória, tecida com linhas de esperanças por amanhã menos cinza.     

Essa poesia é para se ler, ver e sentir.

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