És tu
Foste tu que me inspirastes a sangrar em versos líricos;
Foste tu quem me desconcertou o pouco de juízo que tinha guardado nos bolsos da velha calça jeans;
Foste tu que fizeste com que me importasse apenas com a licença poética, nada mais;
Foste tu quem me mostrou que se pode amar sem quebrar.
Como gosto de sentir teus lábios confortando os meus. Como isso é bom. Poder sentir tua saliva na minha, teu calor invadindo minhas vértebras – como isso é bom.
Foste tu que indicasses o caminho sem mostrar-me os perigos na estrada e por esse favor te sou grato, mesmo depois de todo sangue derramado – te sou grato.
Escrevo versos com a mão esquerda, a mesma que um dia julgaram ser a do diabo, mas quem assim julgou esqueceu-se de lembrar que todos têm demônios interiores.
Sim, fiz esse verso com a mão esquerda, a mesma que afaga; que corta; apedreja; que limpa o corpo quando este fede.
Foste tu que me impusesse o tempo gestacional desses versos, esse delírio – epifania que sai de meu peito e escorre por entre os dedos.
Sempre és tu, ninguém mais, ninguém menos.
Marcos Martins.
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