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sábado, 9 de maio de 2015

Poema: PÁSSARO BANDIDO




PÁSSARO BANDIDO 


Vem pássaro alegre e canta em meu ouvido
Diz-me o que quero ouvir - notícias de Rita. 

Vem sem medo de meu tocar, não o machucarei, prometo.
Voa voa voa pássaro amigo, vem para perto de mim, que só te quer bem.

Corro corro corro em movimento treinado para não cair, espero esse pássaro que teima em não chegar.

Ansioso, me sinto, coração disparado, vento nos cabelos – cabelos desgrenhados – e a esperança que o pássaro amigo não demora a chegar. 

Vejo o pássaro aproximando-se, vem como quem não quer nada, mas me trás notícias claras que minha vida ira mudar.

Rita casou-se, seu pai morreu, Paulo tornou-se seu marido, a quem desprezo sem conhecer, e lhe conquistou o amor que um dia julguei ser meu. 

Vai pássaro bandido, que me conta a felicidade alheia e sai sorrateiramente para revelar os infortúnios meus a ouvidos de tantos outros, que assim como eu, esperam por notícias alegres que tu nunca revelará com teu canto fúnebre.  


Marcos Martins.

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