Saberes
Aqui, componho uma serenata triste - sentando num catre e só;
Aqui, componho uma valsa áspera - deitado em uma cama fria e áspera;
Aqui, me torno grande aos olhos de ninguém - o tamanho varia com o passar das horas e curvo-me com o passar dos anos.
Um gole de vinho para alegrar a alma - mas não pode ser vinho seco;
Um copo d’água para me afogar a impotência - mas não pode ser suja;
Um pouco de cólera para me manter vivo - que não venha fria;
Um pouco de sono sem sonhos molhados - insônia vem e me dá motivos para sorrir.
Corações não devem ser guardados em caixas;
Poesia não tem que ser métrica;
Estradas não deveriam ter pedágio;
Mulher não e um ser assim tão frágil.
Aqui, coloco meu pesar tão triste, em linhas que o tempo me concedeu.
Sorrisos - ouço em demasia, por um amor que nunca se vez meu.
Aqui, escrevo minhas verdades que de verdade só tem sua falta de serventia.
A vida é uma eterna metafísica - poesia sem rima é poesia.
Saber que nada sei, um dia deve ter algum sentido;
Saber que nada sei me dá motivos para continuar seguindo.
Marcos Martins.
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