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quinta-feira, 17 de julho de 2014

Saberes



Saberes


Aqui, componho uma serenata triste - sentando num catre e só;
Aqui, componho uma valsa áspera - deitado em uma cama fria e áspera;
Aqui, me torno grande aos olhos de ninguém - o tamanho varia com o passar das horas e curvo-me com o passar dos anos.

Um gole de vinho para alegrar a alma - mas não pode ser vinho seco;

Um copo d’água para me afogar a impotência - mas não pode ser suja;

Um pouco de cólera para me manter vivo - que não venha fria;

Um pouco de sono sem sonhos molhados - insônia vem e me dá motivos para sorrir.

Corações não devem ser guardados em caixas;
Poesia não tem que ser métrica;
Estradas não deveriam ter pedágio; 
Mulher não e um ser assim tão frágil.

Aqui, coloco meu pesar tão triste, em linhas que o tempo me concedeu.

Sorrisos - ouço em demasia, por um amor que nunca se vez meu.

Aqui, escrevo minhas verdades que de verdade só tem sua falta de serventia.

A vida é uma eterna metafísica - poesia sem rima é poesia.
Saber que nada sei, um dia deve ter algum sentido; 

Saber que nada sei me dá motivos para continuar seguindo.



Marcos Martins.

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