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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Onírico



Onírico
(Marcos Henrique Martins)


São dez anos a caminhar por desertos em busca de meus sonhos – não consigo vê-los, porém cinto –.

Há mais de dez anos erro por mundos, tangíveis e intangíveis, em busca de minhas epifanias. São todas proscritas.

Vejo à história de todos ganharem vida e se ramificarem - as minha dormem e roncam -. Não sei se plantei corretamente as sementes, ou se o chão é muito arenoso para aflorarem.

Quando será minha colheita?
Será quem um dia se realiza?
Quando meus sonhos deixarão de serem sombras?
(Sonhos que tardam me tocar).
Quando pararei de me perdem entre os mundos?
(Morpheus vem me ninar). 

Há mais de dez anos vago por tempestades de areias – meus olhos lutam para não permanecerem fechados –, luto para não me sentir tão perdido.

Vi um oásis
(triste ilusão)
Ouvi meu nome
(Lobos famintos a me chamar) 
Me vi no espelho
(rugas me sorriam)
Voltei a vagar.

Há mais de dez anos que busco;
Há mais de dez anos que tenho lampejos, palpitações e copos com águas, tempestivas, que não posso tocar. 

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