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quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Quero




Quero
(Marcos Henrique Martins)


Quero sentir saudade de alguém que não vejo há muito tempo;
Quero realizar meus desejos mais íntimos sem ser taxado de subversivo;
Quero poder ver meus filhos crescendo sem temer às ruas inseguras e mal iluminadas de minha cidade;
Quero ter os amigos por perto, para os bons e maus momentos;
Quero sentir alegria, poder sorrir em demasia, poetar-poetar-poetar;
Quero ter orgulho de meu País, não só pelo futebol;
Quero ver o respeito aos sotaques, pois todos nós somos carbono que um dia vai perder-se em um sono longo;
Quero ver o respeito às diferenças, pois todos nós somos carbono que um dia vai perder-se em um longo sono e sem sonhos;
Quero sentir meu corpo envelhecendo para saber que estou vivo, vivendo-vivendo-vivendo, vivo;
Quero ver minha esperança utópica revigorada por algum milagre realizado por uma pessoa comum;
Quero ter um trabalho digno, que alimente minha família e nós dê laser, pois, como diz a letra da música: agente não quer só comida;
Quero poder cantar de olhos fechados, apreciar as frutas nos mercados e a diversidade democrática que os mercados públicos possuem;
Quero poder te tocar e você me tocar, para vermos que não somos diferentes, mas podemos fazer a diferença e nunca mais vender nossa geração;
Quero acabar com a desigualdade, com a miséria, com a intolerância, com a falta de calma que nosso século nos propicia;
Quero que você leia essa poema e faça sua lista, utópica, de desejos bons, pois, sem esperança o homem não é nada;
Quero ter tempo para perder meu tempo em coisas, aparentemente, bobas, mas que nos faz tão bem;
Querer, ainda é possível;
Querer, ainda é mensurável?
Querer é um bem necessário.

Quero-quero-quero, não quero que você se cale diante de toda a insensatez que um dia posamos produzir. 

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