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segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Há vagas?



Há vagas?
(Marcos Henrique Martins)


Tenho que procurar algum lugar que me encaixe, porque é difícil se achar quando não se pertence a lugar nenhum.

Tenho que entreter meus dedos, então escrevendo até sangrar, escrevo poemas manchados com meu sangue; que nunca serão lidos e se os leram, não irão entender e se entenderem, não irão aceitos-lós e se os aceitaram, irão me crucificar, porque todos procuram mártires.

Tenho que procurar um lugar, pode ser um lugar barato mesmo, para sentar um pouco e poder fumar um cigarro, mas eu não fumo – quem é inocente por inteiro, você? –. 

Tenho que achar um lugar, tenho que encontrar algum lugar, pois estou desesperado e um homem desesperado não precisa justificar seus atos de selvageria.

Preciso, realmente, de um lugar que me encaixe para poder envelhecer e ser respeitado não só por financeiras que querem roubar o que passei a vida toda tentando juntar – sentido para minha existência –.

Preciso de um lugar para encaixar meus pertences, é pouca coisa, mas é tudo o que os que se enquadram no esquema não conseguiram juntar.

Preciso me encontrar.     

Dedicado a Chales Bukowski.

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