Poema 33
(Marcos Henrique Martins)
(Marcos Henrique Martins)
Não sinto meus pulsos, e invejo quem sente
A vida passa rapidamente, em fleches que nos cegam
Depressão seja bem vinda – É mais comum para mim do que a vida –.
Minhas lágrimas já não me segam, porque não choro com meus olhos
Minha dor é mais profunda, é tão trevas, tão suja
A luz que antes me ofuscava, não me esquente mais.
Se eu sentisse a luz, por mais quente que fosse e ela me queimasse todas as dores, ou me matasse a culpa, me sentiria aliviado – mesmo com meus pulsos cortados –, mesmo sem respirar, sem vida, sem corpo, com meus poemas tolos sem rimas.
Se a luz me desse um norte, saberia que não fui um tolo, e que venci, ao me sacrificar por nossas dores.
20/10/2001.
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