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segunda-feira, 21 de maio de 2012

No teu Sorriso

No teu Sorriso
(Marcos Henrique Martins)

Quero entrar no teu sorriso, percorrer tuas emoções, sentir teus batimentos cardíacos: Tum, tum, tum, tum, tum, tum.

Quero seguir teu espírito livre e lindo. Translucido. Indolor. Ver de dentro de teus olhos o infinito, terno, mágico, sul real, solidão que conforta.

Quando me volto para dentro, dentro de mim, posso sentir o sangue por minhas veias a esquentar meu corpo d’água e, todo o mínimo se torna o máximo do eterno, do estante que me fiz para mim. O tempo para e, posso ver tudo, de tudo com uma calma que só os clérigos têm – Como se santos não fossem homens e sim querubins nus, a nos rir.

Percorro os esmaltes de teus dentes, brancos, perfeitos, um mar de civilidade. Na branquidão de teus dentes, me perco num horizonte suave, misto de esperança e dúvida. Uma dúvida esperançosa, daquelas esperanças de garoto. Tempos bons. Tempo bom.

Quando a mãe, sempre presente, me indagava: - Já escovou os dentes? – Eu respondia com um riso.  Os risos estão escassos. Sorrisos, vemos aos montes, mas risos... Risos de anjos, estes, quase não se faz nascer.

Quando entrei em teu riso, pude ver, pude voltar a me reconhecer como homem, mas os olhos de menino que rir, a cada alvorecer.

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