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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Valores Enigmáticos


Valores Enigmáticos
(Fábio de Carvalho & Marcos Henrique Martins)


Um desafio é acompanhar o tempo...
Acomodar-se em função das mudanças.
Creio que todos devem ter tal chance.

Quando enxergamos o tempo com os olhos do destino, assustamo-nos com muitas coisas.
Uma coisa perigosa, por sinal, é ignorar o tempo.
Cada dia nasce com uma cara diferente.
Cada diferença tem algo de semelhante.
Nossos semelhantes são portadores de tudo que o outro possui.

Cabeça, tronco e membros...

O diferencial são os valores.

Não se pode calcular o que se possui com a calculadora nem com o lápis.

A tabuada da moralidade, dos valores interiores é mensurada através dos olhares ternos.
Nossos olhares distantes trazem para perto de nós as lembranças, as saudades, os momentos que marcaram...

Marcamos os momentos com o carimbo da memória e não com o brasão de família ou com o timbre de um governo, afinal, nem todas as famílias são dignas de citações memoráveis e nem todos os governos são honestos, ideais, precisos e justos.

A justiça, em muitos casos é uma farsa.
A honestidade está em nosso olhar de prudência.

Ideal, para mim, é poder olhar para seu passado e lacrimejar de saudade.
Ideal para mim é buscar em si e encontrar todos os valores que caibam no ser humano.

O ser humano tem tal capacidade.

Olhei-me hoje no espelho.
Senti algo que eu não sentia há muito tempo.
Talvez meu olhar não tenha brilhado, mas...

...meu coração acelerou.

Certamente, eu estou mudando novamente...

...mudando para um novo eu, ou um melhor de mim que nunca experimentei;

Mudando para um velho eu, ou um eu vanguardista que, quer voltar a enxergar as coisas de forma menos crítica, que não se preocupa por ter sua geração comprada por refrigerante barato e sem gás.

Os espelhos são as coisas mais sinceras criadas pelo homem, eles nos mostram nos revelam quem somos de verdade. Através do espelho, posso ver além de minhas camadas, posso ser quem realmente quero ser. E quem finjo ser, ele me revela, mas só para mim.
Ó! Espelho confidente de todas às horas de agonia. De todas às vezes que me olhastes e não vistes o brilho em meus olhos. Meus olhos estão cada vez mais opacos, mas nem por isso me privastes o reflexo.

A desesperança é meu glaucoma, então, como guiar a cega justiça? Está senhora capenga que ri para mim, faltando dentes e com incontinência urinaria.

Tudo são especulações, desejos reprimidos, vontades castradas pelo tempo. O velho tempo que nos vem sorridente, eu sei, ele sempre vem. E, por atrás de suas mãos gélidas, um punhal é carregado, pronto para encontrar nosso coração e pôr por terra nossas vicissitudes.

Quantas camadas tive em minha vida?
Quantos espelhos me viram de verdade?
Quantas vezes traí minha alma?
Quantas vezes me peguei chorando pelo tempo que me ignorou? Mas me deixou cicatrizes pelo corpo, já tão fadigado, porém com o coração acelerado e cheio de ideais utópicos.

“Quando olhamo-nos no espelho, vemo-nos pelo avesso”.

4 comentários:

Andréa C Narita disse...

Fechou com chave de ouro Marcos, muito bom!!!

Marcos Martins - Poeta, escritor e jornalista disse...

Valeu, Andréa! Abraços virtuais!

Fábio de Carvalho Multiartista Pernambucano disse...

Nossos destinos são enigmas meu caro. Muito bom compor com você. Uma parceria para mim solidifica uma amizade além de muitas coisas que fazemos em nosso dia à dia; pois, passaremos pelo tempo, e tal escritura permanecerá...

Fábio de Carvalho
Nota sobre parceria com o Escritor Marcos de "Valores Enigmáticos".

Marcos Martins - Poeta, escritor e jornalista disse...

Agora, só falta plantar uma árvore e fazer um filho, para sermos imortais Fábio. (rsrsrs)