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sábado, 26 de novembro de 2011

Céu de brigadeiro



Céu de brigadeiro
(Marcos Henrique)

Sons da perdição me guiem, me mostre à direção para o lado errado de minha vida. Sou um perdido com uma bússola que não sabe usar.

Meu pecado foi ter curiosidade, foi ter buscado respostas nas horas inconvenientes do dia, mas não me arrependo de ter te pedido abrigo, pois você foi o único que me estendeu as mãos, calorosamente sujas, verdadeiramente puras.

Quando todo o céu queimar e os anjos não tiverem para aonde ir, poderei ser o que sempre quis ser - um mensageiro de palavras falsas -, das graças que sempre me desgraçaram.

Não, não sei como ser o que você quer. Não consigo aceitar tuas verdades fracas e comprometidas com tua subserviência. Nunca poderei mudar o que me tornei. Nunca mais fecharei os olhos para mim.

Gostaria de compor, de ser um músico, ser um menestrel maldito que só revela coisas feias e fracas, mas não sei afinar meu instrumento, ou aquecer a voz. Fechei os olhos para o senhor razão, mas posso sentir o toque de seus dedos rosando em minhas mãos, em meu corpo.

Que todos os santos tenham piedade de minha índole;
Que todos os sábios possam me entender. Possam ouvir minha voz, meu clamor, ou melhor, não me ouçam, cansei de gritar ao vento.

Que todos os santos possam ouvir minha canção de ninar de morte, onde ponho o senhor morte para sonhar com crianças comendo algodão doce, brigadeiros quentes e, todas absolutamente todas, não sabem rezar nem um pai nosso, nem uma ave Maria.

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