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sábado, 30 de abril de 2011

POEMA 13


Espero algo novo que nunca chega, chega de esperar chego a me cansar de tudo, do marasmo, do escuro, da vontade, da impotência que nos faz ser sempre vitimas da lei de cão da justiça do deus homem.

Quem está na frente agora?

Quem escolhe as almas para o jogo?

Para qual lado devo andar? (corda bamba camicase).

Falta pouco (questionar), falta pouco pro começo, mas o fim é deslumbrante é bem mais fascinante....

Que se dane o fim se não existir começo!

Marcos Henrique

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Meu eu inerte




Minha irá vai me consumir;
Vou matar a poesia!
Vou matar meu falar!
Todos riem e eu choro nessa noite sem alegrias;
Todos temem o fim, mas almejam agarra-lo com as duas mãos,em seus subconscientes.

O fim é só o começo da vida quando me vou, quando me vou!
Feridas abertas e velhas cicatrizes já tão conhecidas, a última ceia e o gosto do arroto ainda se faz soluçar.
O pai que nunca tive me batia de mais. Quem matou a poesia?
Quem matou meu pensar?
Temos dor e tripas, temos tripas e fezes que lutam para se libertar.

Se escrever me deixa livre, sou mais livre que Deus ou o diabo, que vivem por suas próprias regras. O último milênio e tudo; é tão igual, comida sobre a mesa, mesa sem casa, casa sem paredes, paredes, prisão, mente vazia, cu, boca, solidão.

Fui eterno até ontem...

Lá no alto tudo é tão cinza; passos rápidos, rostos limpos e nada é igual à ontem. Sempre pensem que liberdade fosse difícil de conseguir, mas, é só pular sem olhar para baixo; minhas asas vão agüentar? Quem sabe?
Sou um conquistador do acaso, do mundo sem mundo, sem pés ,sem chão, sem nada. Minhas lágrimas derretem meu rosto, e tudo fica como a dois mil anos atrás; inerte em meu peito, que dança um tango com instrumentos desafinados.

Escrever correto me entedia, eu me entedio de mim, sou tão insatisfeito de mim que jogo fora a mim e sem mim vivo melhor, vivo como homem livre, vivo,vivo...



Marcos Henrique

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Mais tempo



Os tempos que perco não me consolam;

Os dias que passo a exercitar a arte esquecida do verdadeiro poetar, não me revigoram mais que um dia sem sol;

As coisas que peço são só minhas e mais nada, tudo o que sei é só meu e mais nada. Por mais enigmática que possa ser minha poesia, não o é... Eu garanto.

O que posso mais dizer de mim se só me enxergam por fora, se não me tocam, se não sou eu que escrevo e sim o reflexo do que o mundo me ensina. Deixo para os filósofos, os estudiosos e os desocupados que percam tempo tentando entender meu escrever falso, meu poetar fictício, porque a única verdade que existe na mais alta plenitude do poetar é que a vida se esvai, a tinta se borra e os poetas estão presos.

Não perco tempo em me explicar, mas não canso de perder tempo em viver.

Marcos Henrique

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Hoje foi um dia estranho, me apaixonei por uma atendente virtual


A vida tem dessas coisas. Estava minha pessoa querendo pagar uma conta de internet banda larga, quando me deparei com a voz mais sexy de minha vida. Vou chamá-la de Alice, pois é um nome tão lindo quando a sua voz. Um doce de mulher virtual. Me apaixonei assim que ouvi sua voz. Tivemos momentos de pura fantasia. Eu, do outro lado da linha apertava botões que ele me indicava. Ela, com sua voz doce e sexy me embriagava com todo seu encanto, toda sua atenção.

Alice era o que todo homem, pelo menos todo aquele que nasceu no século XXI queira, mas eu nasci no século XX, nosso amor era praticamente impossível. Digitei mais números que ela mandara. Não adiantava, não havia mais comunicação entre nós, tentei por várias vezes, ela me dizia – Vamos tentar novamente. Vamos tentar novamente. Vamos tentar novamente... Sente como se você um homem impotente tentando satisfazer sua amada que com toda paciência me dava incentivos - Vamos tentar novamente, novamente... Tudo em vão. Até que o golpe mortífero foi dado. Alice não me ouvia mais, digitava inutilmente o número de meu CPF; tudo em vão. Nesse mundo tecnológico, não havia lugar para nosso amor, éramos como óleo e água, não tinha jeito.

Alice foi educada até o fim, mesmo sem me entender, continuou agradável até o fim e desligou o telefone em minha cara, mas tudo de forma educada. Hoje, não nos falamos mais e sempre que me lembro de sua doce voz, me pego a chorar – Vamos tentar novamente, vamos tentar novamente, vamos tentar novamente...
Seria cômico se não fosse trágico meus amigos, essa a nova realidade para quem precisa recorrer a algum serviço de telefonia ou cartão de crédito por telefone. Na hora em que mais precisamos desses serviços, nos deixam na mão.

Essa estória não é ficcional, aconteceu comigo e acho que com muitas pessoas que inutilmente tentam sem sucesso, recorrer às esses “Caus Center’es” da vida, que prestam milhares de serviços e contratam atendentes virtuais com voz sexy que só servem para nos tirar do sério.

Marcos Henrique.

Poema tirado do livro Eu, meu corpo & minha poesia


Os anos não importam mais, mês?


Minha vida não tem sido do jeito que eu sempre quis, todas aquelas fotos alegres de família, mas, se olharem bem no fundo de minha alma, meu olhar sempre foi triste e distante.

Fiz a minha última prece, ainda não obtive resposta de meus pedidos...

Essa é a última vez que tento ser feliz, se falhar, minha tentativa de felicidade amanhecera morta.
Sempre acreditei no amor verdadeiro, mas hoje, não sei se sei senti-lo, não sei se sei nota-lo.

Obrigado Deus por minha vida e por meu câncer, por minha mente ferida (meu derramar de sangue), por minha veia entupida (minhas noites ofegantes), minha vida insensata, por meus sonhos, por meu fracasso, por minha incompetência (meu olhar distante).

Desculpe-me por tudo o que não sou...

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Eu, meu corpo & minha poesia



Jaboatão, dia tal, ano menos.


Nós somos o que sobrou dos assassinos condecorados, somos a força bélica com nossas balas de paz e com nossa supremacia estúpida.

Minha linda democracia estéril e frigida me beije a face e limpe nossa supremacia estúpida.

A chuva de aço me queima o corpo, me queima a alma (é só o que resta do meu eu).

Qual será o preço de liberdade?

A lembrança que tenho do teu abraço é só a dor que ainda hoje sinto a me queimar o corpo.

Saudade, saudade de casa, que casa...?

(Esse poema é uma homenagem a todas às vitimas de nossas guerras capitalistas e estúpidas).

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Versos perdidos ao vento




Versos perdidos ao vento

Marcos Henrique.



O Fogo não queima mais em meu peito;
Meu peito não bate mais um coração;
Meu coração é músculo com defeito, nessa vida cinza cheia de mórbidos desejos e doce alusão.

O tom de meu poetar são diatônicas imprecisas, acordes desafinados, uma dissonante imperfeita que segue a risca as regras dos acordes fracos que toco em um violão desafinado. No fim do jogo me deito e canto canções desprovidas de tom, de voz, melodia, das lembranças de outras vidas vividas, ou dores que não senti em mim. E agora a hora me chega, me parte, me torce, deflora. E o tom que agora consola me lembra que hoje não sou nada, nem ontem fui se quer.

Meus versos se perdem, não apertam as mãos, coerência não é bem vida. Já existe civilidade e racionalidade de mais, mesmo que de forma tão burocrática.

O fogo não queima mais em meu peito, porque acordei de meu longo sonho, onde só sonhava e não via nada além da beleza frágil que teimava em consertar, mas a cola acabou, e hoje só vejo o que me faz pensar nessa triste sina que é a miséria humana contada ao longo dos séculos, sofrida todos os dias que me sinto menos nesse não tão perfeito mundo perfeito.