acompanhar

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Poema 77




Prefiro sentir a verdade, a fingir;

Prefiro mentir, a omitir a verdade;

A cortina é de sangue e a fumaça respirável.
Eu sou tão feio por dentro e tão falso por fora. Não sei quem sou agora. Se penso logo exílio, existo para o exílio.

Sou tão nada e nada posso fazer, a não ser, mentir como você.

A esperança é tão sofrida e a vida às vezes tão mentira e a mentira nos acolhe tão bem.

A luz me machuca os olhos, então porque continuo a olhar? Eu sei, são tantas farpas. A quem recorrer para tirar? A voz é minha arma e a dúvida a pedra de tropeço e, ainda hoje, não sei por que teimo em levantar.

Tenham uma boa vida falsa, mas não desistam de tentar se achar, mesmo que nada faça sento como esse falso poema.

Nenhum comentário: