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sexta-feira, 18 de junho de 2010

Sem Alma


Sem Alma
(Marcos Henrique)



Quatro cantos;
Quatro paredes, sem portas, mas estamos dentro;
Sem chaves, quase sem fôlego;
Gritando, quase sem força;
Esperando, sem calma;
Com sono, sem alma;
Com fome, sem tripas;
Com os nervos a mil, gritando a mil;
Sem ouvidos para ouvir – o desabafo da alma –;
Conversa fiada, o grito no nada não se propaga.

Roupas rasgadas;
Menina adormecida;
Garoto entorpecido;
Maníaco fugitivo.

Suspiros, suspiros.
O tido, o tiro.

Sem ouvidos para ouvir;
Sem um corpo cara cair;
Sem alma para possuir;
Sem casa, sala, sonhos, som, vida, lama, tristeza, alegria e dor.
Sem alma.

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