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terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Deus dos miseráveis atirai ao menos uma pedra para que eu possa saber que você está lá



Deus dos miseráveis atirai ao menos uma pedra para que eu possa saber que você está lá


Tenho medo da felicidade;
Tenho medo de perder tudo o que me faz feliz; que estranho, pois nunca fui tão feliz como agora. O medo de perder é como uma doença incurável que se esconde por um tempo embaixo de nossos tapetes empoeirados.

Porque temos que ficar sempre com o instável por perto? Porque Deus é tão mau e nos da tantos testes para serem dolorosamente respondidos, já não basta tanto sangue? Tantas coroas de espinhos?!

Quantos mais carneiros para o sacrifício?
Quanto mais sacrifícios?

Violo meu coração com tanta dúvida, mas há esperança?

Já não sei mais de nada, já não sei mais o que é o nada e por um tempo me senti tão confortável dentro dele.

Tudo o que me foi dito hoje me soa como um mito, um conto sem fadas, sem final feliz, pois o fim é dor e paralisia.

Estou cada vez mais curto, cada vez mais para dentro de mim, não sou mais aquele menino que tinha fé na face invisível.

Hoje não sonho e não durmo mais, apenas espero no que não posso mais depositar minhas forças.

Crescer me matou;
Crescer me fez infeliz, me deu um câncer em meu aniversário em forma de bolo sem cobertura, me deu uma cruz que não aguento mais subir.

Resistir, resistir. Resistir até voltar a ouvir sua voz rouca e o arrastar de suas sandálias sujas melarem o chão que acabara de limpar.

Não me peça perdão, não me perdoe; apenas volte a me ouvir, apenas volte a me enxergar, não me deixe mais para trás, não me deixe mais só; coloque as mãos novamente em meu ombro, não me importo, pois gostaria de voltar a sentir o calor de sua mão que me confortava tanto, gostava quando você me contava suas mentiras e enchia meu espírito de vida.

Não me deixe morrer só num esgoto qualquer.

Marcos Henrique

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