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sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Novo mundo



Novo mundo



Por muito tempo estive imóvel;
Por muito tempo pensei ser o que sabia que seria;
Por muito tempo, sempre enxerguei pelo furo da caixa;
Por muito tempo eu tive pilares para me apoiar.

Meu porta retrato está despedaçado junto com as fotos do que achava ser meus conhecidos. Me senti livre depois de ter visto que no retrato não tinham mais rostos conhecidos ou se tinha não os reconhecia mais.

Por muito tempo eu ri, sonhei e pude voar ver tudo lá do alto;
Por muito tempo contei as horas para ficar com alguém;
Por muito tempo tive tempo para pensar no tempo que perdia com rostos conhecidos;
Por muito tempo eu me via no espelho.

Meu baú está mofado e não quero mais limpa-lo, o fogo é a melhor solução. Meus pertences não são mais necessários, pois não piso mais no mesmo chão.

Para que ver o passado?
Para que rememorar?
O que ficou para trás, ficou bem enterrado, num local que não tenho mais como achar.

Por um tempo eu vi sorrisos;
Por um tempo eu vi rostos que para mim não pareciam desconhecidos;
Por um tempo tomei vinho barato e fumei alguns baseados;
Por um tempo fiz parte de uma tribo.

Os anos passaram e eu passei, sobrevivi a tudo e hoje não me vejo mais com clareza no espelho e o porta retrato com todos aqueles rostos, todas aquelas faces que estão no esquecido não sabia mais o que sentia por eles, não sabia mais o que significavam para mim, pois hoje, tenho outros porta retratos, outros álbuns para preencher com novos rostos, com novas estórias, com tudo novo.

Por pouco tempo eu tive uma história que hoje se tornou lenda, e não sei se sonhei ou se a vivi.

Marcos Henrique

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