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quinta-feira, 28 de abril de 2011

Meu eu inerte




Minha irá vai me consumir;
Vou matar a poesia!
Vou matar meu falar!
Todos riem e eu choro nessa noite sem alegrias;
Todos temem o fim, mas almejam agarra-lo com as duas mãos,em seus subconscientes.

O fim é só o começo da vida quando me vou, quando me vou!
Feridas abertas e velhas cicatrizes já tão conhecidas, a última ceia e o gosto do arroto ainda se faz soluçar.
O pai que nunca tive me batia de mais. Quem matou a poesia?
Quem matou meu pensar?
Temos dor e tripas, temos tripas e fezes que lutam para se libertar.

Se escrever me deixa livre, sou mais livre que Deus ou o diabo, que vivem por suas próprias regras. O último milênio e tudo; é tão igual, comida sobre a mesa, mesa sem casa, casa sem paredes, paredes, prisão, mente vazia, cu, boca, solidão.

Fui eterno até ontem...

Lá no alto tudo é tão cinza; passos rápidos, rostos limpos e nada é igual à ontem. Sempre pensem que liberdade fosse difícil de conseguir, mas, é só pular sem olhar para baixo; minhas asas vão agüentar? Quem sabe?
Sou um conquistador do acaso, do mundo sem mundo, sem pés ,sem chão, sem nada. Minhas lágrimas derretem meu rosto, e tudo fica como a dois mil anos atrás; inerte em meu peito, que dança um tango com instrumentos desafinados.

Escrever correto me entedia, eu me entedio de mim, sou tão insatisfeito de mim que jogo fora a mim e sem mim vivo melhor, vivo como homem livre, vivo,vivo...



Marcos Henrique

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