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sábado, 31 de janeiro de 2009

Tédio de mim




Sinto saudades de ser feliz, já faz tanto tempo e o tempo me é imparcial, ignóbil e abrupto. A doces dias de verão, doces dias de minha infância esquecida, das brincadeiras sem preocupações, do corpo suado de tanto correr; há juventude sem maldade. Risos fáceis já não são mais dados, os dados; o jogo da vida, a ímpia doce morta e frigida vida, como te sinto mais, aqui em meu peito deprimido e murcho, bombardeado por lembranças alegres que me fadigam na tristeza. De tudo o mas, o menos me toma, me sufoca, me acha mais sem “entretantos...” Os navios não restam no porto da saudade, porque envelhecer foi à vingança de Deus sobre a maldade humana, sobre minha índole opaca, que sofre com sanguessugas que a chupam e a vomitam, só por maldade. Das entranhas de uma velha estéril, está lá; bem quieta, minha doce juventude que não me é mas. Marcos Henrique

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