acompanhar

quinta-feira, 18 de março de 2010

Mais um poema



Jaboatão, amizades falsas, ano difícil.
Marcos Henrique


O medo me toma. Eu e meu corpo não somos um só faz dias, estamos separados por nossos medos, aleluia para os atues. Como posso pensar se não enxergo? Como andar se não sei nadar?

Tem uma festa em minha cabeça, em meu cérebro angustiado, tudo se resolve se tudo se complica e os ecos não sabem cantar desafinados. Por onde eu tenho andado que não me lembro de mim? Por onde eu tenho sonhado se não me lembro do ontem?

Esse meu mundo louco não me prende ao chão, junto tudo e cuspo num papel em forma de versos só por não ter mais ninguém por perto, eu sei o que você sabe, todos vamos ter câncer um dia e daí se nada mais importar ao não ser ficar vivo sentado na escada e ver seus netos correndo.

Dança comigo? Vem dança. Juro que não te piso mais que o necessário, eu sei que você sabe que os sonhos são intocáveis de mais para sonharmos por tanto tempo, mas agora mesmo foi feito mais bebês e isso renova nossa fé falha e opaca. Vem dança só essa música comigo, prometo que serei um cavalheiro, não importa meu passado, não por agora, vem dança comigo.

Cansei de ser um homem triste, vou explodir por dentro e matar toda minha vida antiga porque cansei de ser um homem triste, não me faça despedaçar o que restou, não me faça raspar minha cabeça só para ver se ainda estou lá, cansei de ser triste e coeso, vem e me diz como saio da lua para poder roubar umas bicicletas, ainda posso correr, mesmo com fome, mesmo com dor.

Quero se você quiser e serei melhor que o papa e que todo o vaticano, não sei o que ainda faço aqui em pé olhando para ti, mas quero ser melhor, chega de mentir para si, mentir soa tão bem e é mais fácil que viver.


Nenhum comentário: