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quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Mortos (continuação)

Você não percebe o que aconteceu? – pergunta o ser.

Eu estava no meu quarto e aí... eu estou morto! É isso! Eu morri!? Achei que fosse falhar – diz o rapaz com um sorriso sombrio no rosto.

Ele não sabia, mas sua jornada só estava começando.

E como foi meu enterro? Acho que não foi ninguém – falou o rapaz.

É, você não tinha muitos amigos – disse o ser.

No céu, estavam travando uma longa batalha, demônios tentavam invadir e destronar Deus, os anjos estavam perdendo a batalha, então os homens também tinham que lutar; homens e anjos se misturavam, asas e lanças se misturavam.

O que terei que fazer? – perguntou o rapaz.

Terás que lutar, para poder ficar livre – respondeu o ser.

Mas, aqui eu sou livre – disse o rapaz.

Não, não é, você foi convocado meu filho – disse o ser.

Convocado, mais eu estou morto e estou no céu, não posso ser convocado aqui – disse o rapaz com um espanto claro em seu rosto.

Então o ser meio homem meio animal começa a lhe explicar tudo.

Você tirou sua própria vida, sua alma estaria condena ao tormento eterno, Deus lhe está dando uma chance, se você lutar Por ele, sua alma será salva, se não...

Quer dizer que ou eu luto, ou vou para o inferno – disse o rapaz.

Não, você vai para um lugar pior que o inferno – respondeu o ser abrindo suas asas.

E se eu morrer aqui? Não posso morrer aqui não é? – perguntou o rapaz.

Sim, aqui se você for destruído, vira infinito, vira poeira, se junta ao nada – respondeu o ser com um brilho no olhar.

E como se mata o que já está morto? – perguntou o rapaz.

Aqui nesse instante você não está vivo, você acha que esse é seu corpo, que está com essas roupas, que agora você está respirando, tudo está na sua cabeça meu filho – desse o ser.

O rapaz ficou intrigado e com medo, apertou as mãos e perguntou ao ser.

Então quer dizer que se deceparem minha cabeça viro nada – falou o rapaz com a voz tremula.

Sim – respondeu o ser.


Continua....

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