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segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Osculo


Osculo
(Marcos Henrique)


Tentei e tentei, mas o fracasso teima em me persuadir;

Corri o mais lento que pude, só para tentar ser notado;
Morri por mil vezes e deixei-me enfeitiçar;

Pedi ajuda a anões que só enxergavam trabalho;

Furei-me numa roseira;

Deixei os cabelo crescerem e me tranquei na torre mais alta;

Tudo foi tão em vão que quase me esqueci de mim, esqueci o quanto me desvalorizei, tudo por isso e agora que o tenho não o quero mais.

Quantas línguas, quanta saliva, quanta facilidade, vejo que hoje não foi só a lua que perdeu seu brilho, que perdeu sua mágica, espero que os tempos que estão porvir melhorem isso, acho que não, mas a fé ainda continua forte e nisso me apoio, até quando?

Ela tocou em minha face pela última vez e me fez sentir vida, os céus ainda guardam seus heróis puros, tudo o que quis foi isso por muitos anos, mas vejo que minhas pernas são mais longas, doce querida sem lábios, doce e ao mesmo tempo aguado, futilidade sem novidades sem rima para o que acabei de fazer, agora que o tenho não o quero mais, nem descreverei mais o que tento busquei em te, pois o que fizestes não se faz, era só meu assim dissestes, não é justo enganar quem tento foi sincero, não se engana lábios puros, que tua boca seque e tua língua cole em teu céu impuro, para que não possas fazer mais isso com ninguém e ninguém lhe queira mais tocar.

Agora vou para onde nunca deveria ter saído, vou para meu verdadeiro lar, o útero de minha mãe me espera e lá nunca serei enganado.

P.S: morra!

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